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3 de out. de 2009

A manipulação fotográfica na política


Certamente, na história da fotografia não houve classe que mais fizesse uso e se beneficiasse da manipulação fotográfica do que a política.



O primeiro fotojornalista do mundo,
Matthew Brady, foi também um dos primeiros, senão o primeiro, manipulador de imagens de que se tem notícias. Na foto original dos generais de guerra (1865), Brady acrescenta um oitavo homem, Francisco P. Blair, que, como os demais, desempenhara importante papel na causa confederada.






Uma das cenas mais reproduzidas da Revolução Russa.
Lenin discursa para os soldados do Exército Vermelho, prestes a partirem para o front polonês, onde lutariam contra os soldados de Josef Pilsudski. A manipulação fotográfica foi uma ordem de Stalin, foram retirados Leon Trotsky e Lev Kamenev, que passaram a ser “personas non gratas” ao sistema. A foto alterada veiculou até o período de Gorbachev.






A cineasta Leni Riefenstahl recebe a visita do líder nazista Adolph Hitler (1937).
Da foto original, Joseph Goebbels some misteriosamente. Não se sabe por que Goebbels, propagandista do início do Terceiro Reich e um dos arquitetos do Holocausto, foi retirado da fotografia, mas supõe-se que seja devido a um caso extraconjugal do tenente com uma atriz. Observe a mancha branca após a manipulação fotográfica.






Corriam os anos 70.
Lenon já estava em Nova York. Os jovens, em seus protestos pela paz no Vietnam, estavam na rua. Durante uma das manifestações, a Guarda Nacional norte-americana atirou contra os estudantes, matando quatro. Entre eles, Jeffrey Miller.
O estudante John Filo, registra os acontecimentos. Em sua foto, Mary Ann Vecchio se ajoelha sobre o corpo de Jeffrey e um dos mourões do campo Vecchio termina no alto de sua cabeça, como se fosse uma adaga cravada em seu crânio. A Life publicou a foto, ao perceber a “mensagem subliminar”, optou por alterá-la. A foto tornou-se um ícone do período.






Para os cartazes dos quatro passos mais famosos do mundo,
a foto dos Beatles para o álbum “Abbey Road”, alguns editores americanos decidiram – sem permissão de quem quer que seja –, eliminar o cigarro da mão de Paul.






Em uma das manipulações mais horrorosas que já vi,
a revista “TV Guide’s”, publica em sua capa (1989), uma cover de Oprah Winfrey, sentada sobre uma pilha de dinheiro. A foto original era de Ann-Margaret sentada em uma mesa. A manipulação foi descoberta por Bob Mackie, criador do vestido.







A assessoria de imprensa da “Guarda Revolucionária do Irã”,
em 2008, apresentou ao mundo imagem dos disparos de teste de quatro mísseis Shahab-3. Capazes de viajarem 2 mil quilômetros, e, portanto, de atingirem Israel. Após a manipulação fotográfica, um dos mísseis que falhou, aparece seguindo em direção ao céu iraniano.






Suspeitas de que Kim Jong Il estivesse doente
correu o mundo recentemente. Contradizendo as “más línguas”, a KCNA distribuiu várias fotos do período, mostrando o ditador da Coreia do Norte em excelentes condições físicas. Entretanto, muitas dessas imagens apresentam profundas inconsistências ao serem examinadas. Observe, no detalhe, a qualidade da madeira do palanque! Tudo leva a crer que o líder norte-coreano tenha sido inserido na fotografia.






Após a eleição de Bejamin Netanyahu,
em 2009, o jornal israelense “Yated Neeman” publicou foto do recém-eleito e os membros de seu governo. Da imagem original as duas mulheres do grupo (Limor Livnat e Sofá Landver), foram substituídas pelos ministros Ariel Atias e Moshe Kachlon (na foto original, nos extremos da imagem, em pé, o segundo da esquerda e o segundo da direita). Para os ultra-ortodoxos leitores do jornal, mulheres não são bem-vindas no governo.




Veja também: A escandalosa manipulação fotográfica de Stalin

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